TiKTok corta em US$ 2 bi meta de receita e faz reestruturação para enfrentar crise das redes sociais

O TikTok reduziu em pelo menos US$ 2 bilhões sua meta de receita mundial para 2022, tornando-se mais uma das gigantes de tecnologia a ser atingida pela crise das redes sociais. De acordo com fontes citadas pelo jornal britânico Financial Times, a meta foi cortada em 20% no fim de setembro pelo executivo-chefe do TikTok, Shou Zi Chew, em uma reunião virtual.

Originalmente, o TikTok havia projetado receitas entre US$ 12 bilhões e US$ 14,5 bilhões este ano, mas acredita-se que o faturamento real esteja mais próximo de US$ 10 bilhões, acrescentaram as fontes.

O FT aponta que, durante a reunião, os funcionários foram responsabilizados por não gerar vendas suficientes tanto em publicidade quanto em comércio eletrônico, as principais fontes de receita da plataforma. Em entrevista ao jornal britânico, funcionários atuais e ex-funcionários denunciaram que a empresa teve gastos excessivos em outras áreas, de salários a eventos sociais.

Na mesma reunião, os funcionários foram informados de que o IPO da ByteDance, controladora chinesa do TikTok, na Bolsa de Hong Kong, provavelmente não ocorreria neste ano. A ByteDance já havia desistido dos planos de abrir capital no exterior, depois que Pequim lançou uma repressão aos gigantes de tecnologia chineses no ano passado.

Este pode ser visto com o primeiro sinal de que o TikTok, embora ainda esteja crescendo rapidamente, está enfrentando os mesmos problemas que afligem seus rivais. Seguindo os passos do Twitter, a Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou nesta terça-feira a demissão de 11 mil funcionários, corte de custos e congelamento das contratações até 2023.

Na terça-feira, o Financial Times revelou que o TikTok passou por uma reestruturação de suas operações nos EUA, após uma reorganização de liderança semelhante na Europa no início deste ano.

Embora o número de funcionários tenha aumentado nos EUA, globalmente, centenas de profissionais deixaram a empresa nos últimos três meses, embora nem todos tenham sido demitidos, de acordo com uma análise dos anúncios do LinkedIn compilados pelo provedor de dados Punks & Pinstripes Insights.

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Cortes e demissões nas empresas de tecnologia

O crescimento do TikTok continua enorme, saltando de US$ 1 bilhão em receita em 2020, aponta o FT. Este foi o ano em que se tornou uma das empresas de crescimento mais rápido, atraindo usuários jovens nos EUA e no Reino Unido, seus maiores mercados tanto em usuários quanto em receita.

Na Europa, o faturamento do TikTok cresceu seis vezes em 2021, mas as perdas antes dos impostos foram de US$ 896 milhões, um aumento de mais de um terço, de acordo com registros da Companies House do Reino Unido.

A redução das metas do TikTok e as demissões da Meta seguem cortes em muitas outras grandes empresas de tecnologia. A fabricante de software corporativo Salesforce informou nesta terça-feira que cortou centenas de funcionários das equipes de vendas, enquanto Apple, Amazon e Alphabet (dona do Google) desaceleraram ou suspenderam contratações.

A Snap, controladora do aplicativo rival Snapchat, também está encolhendo. Em agosto, comunicou que eliminaria 20% de sua força de trabalho.

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